domingo, 15 de maio de 2011

Freira que invocou João Paulo II diz que foi curada em 1 noite

Marie Simon Pierre sofria da mesma doença do pontífice: o Mal de Parkinson.

Seis anos atrás, na praça romana tomada por uma multidão nunca vista antes, foram os gritos de "santo súbito" a quebrar o silencio de morte.

Gritos que, em pouco tempo chegaram ao sul da França, na região da Provance, na cidade onde vive a mulher que, segundo o Vaticano, recebeu o milagre que tornou beato o Papa João Paulo II.

A freira Marie Simon Pierre nem tinha 50 anos e sofria da mesma doença do pontífice. O mal de Parkinson uniu a freira francesa e o Papa polonês.

“Eu perdi um amigo. Ele me dava a força de lutar e de avançar. Tinha uma coragem extraordinária”, diz a freira Marie sobre a morte de João Paulo II.
A doença da freira francesa foi descoberta em 2001. Quatro anos depois, em 2005, ela já estava com a parte esquerda do corpo comprometida pela doença neurológica que, com o tempo, pode até limitar os movimentos mais essenciais como mastigar, engolir e até respirar.

Um mês depois da morte de João Paulo II, quando a igreja abriu o processo da beatificação dele, as freiras da maternidade começaram a pedir a ajuda do Papa para a cura da Irmã Marie. Foram longas noites de oração.

Ela vivia e trabalhava numa maternidade católica, em Aix-en-Provence. Foi lá dentro que as religiosas evocaram o grande Papa, mas a saúde da freira piorava.

Um mês depois, no dia 2 de junho, irmã Marie anunciou à sua superiora que não tinha mais forças para continuar trabalhando. Esperançosa, a madre superiora respondeu que João Paulo II ainda não tinha dito a ultima palavra.

A freira relembra aquela noite: “Ela me pediu para escrever o nome de João Paulo II num papel. Eu não escrevia mais diante dela. Quando eu precisava escrever alguma coisa, eu punha o caderno no meu colo, porque eu tremia muito, não era fácil pra mim. E disse pra ela que não conseguia escrever. Mas ela insistiu. Então eu peguei a caneta e escrevi. E diante deste escrito ilegível, então eu escrevi João Paulo II, mas era realmente ilegível”, diz, emocionada, a freira.

Ela conta que se levantou da cadeira, saiu e disse: “Talvez a gente possa acreditar em um milagre”. Naquela madrugada o braço da irmã Marie teria parado de tremer.

“Eu me levantei às 4h30 e me levantei como se não tivesse nada. Eu senti alguma coisa, que eu não era mais a mesma, que havia uma alegria interior, uma grande paz. E também uma grande leveza e liberdade nos meus gestos e no meu corpo”, conta a irmã.

Às 6h, ela foi encontrar as irmãs na capela. “No caminho para a capela, eu senti meu braço esquerdo, que parecia morto, que ficava estendido ao lado do corpo, e percebi o balanço desse braço. Ao andar, o meu braço balançava de novo. Eu tive a certeza de que estava curada. Era realmente uma certeza, alguma coisa me levava a dizer que tudo tinha acabado. E senti uma grande felicidade, uma grande paz, diferente do normal”.

A cura da doença, que a Igreja reconheceu como milagre, aconteceu dois meses depois da morte de João Paulo II. A fama de santidade já era conhecida por cardeais e fiéis. As virtudes como homem, João Paulo II foi mostrando aos poucos.

Um dos colaboradores inseparáveis revelou na última semana alguns segredos do Papa que ele acompanhou durante 22 anos. Para Navarro Valls, ex-porta voz do Vaticano, Karol Wojtyla era brincalhão e profundamente irônico. Um homem que amava os finais felizes.

A atuação política e diplomática do Papa foi além do que imaginávamos. Um detalhe importante da história mundial que talvez poucos conheçam. Em 1980, os satélites espiões fotografaram a Alemanha comunista se preparando para atacar a Polônia.

Teria sido uma dura repressão contra o movimento cristão operário solidariedade, guiado pelo eletricista rebelde Lech Walessa, e apoiado pelo Papa Wojtyla até economicamente. Para evitar a invasão, João Paulo II escreveu uma carta pessoal a Leonid Brezhnev, então líder soviético.

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